sábado, 7 de abril de 2012

“A MORENINHA”


TRABALHO DE LITERATURA

ANALISE DA OBRA DE : JOAQUIM MANUEL  DE MACEDO


1.    AUTOR: JOAQUIM MANUEL DE MACEDO.

Médico e escritor Joaquim Manuel de Macedo, nasceu em 24 de junho de 1820 em Itaboraí, RJ, e faleceu em 11 de abril de 1882, no Rio de Janeiro, RJ. Filho de Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição,
Macedo foi criado em sua terra natal. Mudou-se, em 1838, para a cidade do Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Medicina. Formou-se em 1844, nesse mesmo ano publicou A Moreninha, essa obra marca o início da ficção do romantismo brasileiro.
Sua primeira obra rendeu-lhe fama de forma tão intensa que o levou a abrir mão da carreira médica para dedicar-se exclusivamente à literatura e ao jornalismo.
No ano de 1849, fundou a revista Guanabara, junto com Araújo Porto-Alegre e Gonçalves Dias. Nessa revista, trechos de seu poema-romance A Nebulosa foram publicados, obra considerada por muitos como uma das melhores do Romantismo.
Foi membro do Conselho Diretor da Instituição Pública da Corte (1866) e professor de História e Geografia do Brasil, no Colégio Dom Pedro II, ligado à família de Dom Pedro II e à família Imperial Brasileira foi preceptor e professor dos filhos da Princesa Isabel.
Na década de 1850, fundou o jornal A Nação do qual se tornou o principal articulista. Ligado ao Partido Liberal se elegeu deputado federal provincial (1854-1859) e geral (1864-1868 / 1878-1881).
Nos últimos anos de vida foi afligido por problemas mentais, morreu antes de completar 62 anos.
Sua obra é extensa e de grande importância literária, visto que é considerado um dos fundadores do romance no Brasil e um dos principais responsáveis pela criação do teatro também no Brasil.
Macedo é o patrono da cadeira nº. 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Suas principais obras são:
Romances:
A moreninha (1844)
O moço loiro (1845)
Os dois amores (1848)
Rosa (1849)
Vicentina (1853)
O forasteiro (1855)
Os romances da semana (1861)
Rio do Quarto (1869)
A luneta mágica (1869)
As Vítimas-algozes (1869)
As mulheres de mantilha (1870-1871). 




1.    ESTILO DE ÉPOCA:
O ROMANTISMO

O Romantismo brasileiro nasceu na França em 1836 com a publicação da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do país. As obras brasileiras valorizavam o amor sofrido, a religiosidade cristã, a importância de nossa natureza, a formação histórica do nosso país e o cotidiano popular. O romantismo no Brasil, aclimatado às circunstâncias da realidade de nosso território, iniciou-se em 1836, ano de publicação de "Suspiros Poéticos e Saudades", de Gonçalves de Magalhães,
Romantismo verde-amarelo
Evidentemente, o contexto social em que surgiu e se desenvolveu o Romantismo nos países europeus não é o mesmo que se vai encontrar no Brasil das primeiras décadas do século 19. De qualquer modo, o ideário romântico encontrou ressonância em nossos intelectuais do século 19, associado particularmente ao nacionalismo, na medida em que essa característica romântica se revelava útil e agradável a uma nação cuja independência acabara de ser proclamada e que, como vimos, conhecia um período de grande prosperidade. A consciência que o brasileiro tem de si, nesse momento de origem, assenta-se em noções acerca de nossa realidade, acertadamente chamadas de "mitos" nacionais, como à nossa grandeza territorial; à majestade e opulência da Natureza no Brasil; à "igualdade" racial gerada pela miscigenação (a união de todas as raças para a formação da nacionalidade); à benevolência e a cordialidade do homem brasileiro; à virtude dos costumes patriarcais (zelo da honra e da hospitalidade, por exemplo.); às qualidades afetivas e morais da mulher brasileira; à capacidade de alcançar um alto padrão civilizatório (em meio século); Ao pacifismo inerente à política externa do país.
  

  
2.    LINGUAGEM DA OBRA:




O estilo de Macedo segue uma linguagem ágil, viva, introduzindo o leitor diretamente no centro da ação. Já em seu primeiro capítulo “Aposta imprudente” os diálogos entre os estudantes seguem diretos, sem a interferência do narrador onisciente. Ao longo do texto o narrador limita-se a conduzir o leitor pelos ambientes e pelo interior das personagens. No capítulo XIX – “Entremos nos corações” o narrador orienta o leitor a acompanhar todas as ações. Macedo também costuma ser econômico nos comentários e nas descrições. Outra característica e a progressão e o FLASHBACK. Um recurso que o autor utiliza para guiar o leitor pelos meandros da história sem perda de tempo sabendo quando é necessário ceder a voz às personagens a fim de retardar o fluxo narrativo. É o caso, por exemplo, do Capítulo II – “Fabrício em apuros” em que é reproduzida na íntegra a carta de Fabrício a Augusto contendo, além de uma aula sobre o amor romântico, informações essenciais da história. O mesmo narrador cede quatro capítulos (do VII ao X) para reproduzir, não apenas a conversa entre Augusto e D. Ana na gruta, como também o texto da lírica balada cantada por Carolina. Percebe-se nesse ponto a vocação do romance para incorporar outros gêneros literários, como a poesia lírica. Há na obra traços que sintetizam o contexto histórico e social de nossa Literatura romântica. O quarto do estudante refletindo o Rio de Janeiro de então que rapidamente se urbaniza e sofistica seus serviços (por exemplo, as faculdades que surgiram poucos anos antes de a obra ser concluída), e sua vida social, fazendo parecer uma burguesia consumidora, entre outras coisas de livros e não só das revistas importadas da Europa.
Por fim, podemos dizer que Joaquim Manuel de Macedo, sendo fiel demais ao seu tempo, passou com ele, e hoje sua obra, do ponto de vista sociológico, nos interessa mais como documento do modo de sentir e viver de uma época do que especificamente um documento literário. Seus enredos mirabolantes ainda podem prender a atenção de um leitor menos exigente. Ou seja, seu maior mérito é mesmo o caráter documental de sua obra, tendo contribuído efetivamente para a difusão e aceitação do romance urbano entre os leitores brasileiros.


1.    FOCO NARRATIVO:

O narrador, na verdade, é Augusto, pois perdeu a aposta feita com Filipe; mas é narrado na 3ª pessoa, por um narrador onisciente. Aqui e ali, ele se intromete um pouco na história, bancando o moralista.
A importância para a obra e a repercussão no leitor é que a utilização deste tipo de narrador causa o aprofundamento psicológico das personagens, o que não ocorreria se o narrador não fosse onisciente ou em 1ª pessoa. A sequência narrativa e a ação dos personagens se dão em tempo cronológico, pois ocorrem em três semanas e meia.


  

1.    EMREDO

v  Capítulo I- “Aposta Imprudente”.
Filipe entra na sala e já começa a fazer discurso. Na sala em que entra, estão três amigos conversando, Leopoldo, Augusto e Fabrício. Filipe começa a fazer sátiras, e os outros começam a interrompê-lo, até que desiste e para com as sátiras. Então diz:- Basta! Vamos falar de coisa séria. Onde vocês vão passar o dia de Sant’Ana?- Por quê? Teremos festa? - perguntou Leopoldo. - Minha avó se chama Ana e me permitiu convidá-los para passar a véspera do dia de SANT’ANA com ela na ilha de... - Eu vou - disse Leopoldo.- São dois – falou Fabrício. Augusto ficou em silêncio, então, Filipe perguntou se ele iria ou não. - Eu? Eu não conheço sua avó. Fabrico e Leopoldo diz que também não a conhecem. Mesmo assim, ele não aceita a proposta, então, Filipe começa a falar o que terá de bom, até que, quando ele fala que terão garotas bonitas, Augusto muda de ideia admite de não gostou de saber disso, pois essa é sua fraqueza. Então, Augusto e Filipe fazem uma aposta, que eles iriam para a ilha de... E caso Augusto, que era o “inconstante”, se apaixonasse por alguma garota da ilha, ele teria de escrever um livro de seu romance, e caso ele não se apaixonasse, Filipe teria de escrever um livro sobre o que aconteceu na ilha de.

v  Capítulo II – “Fabrício em Apuros”
Depois de feita a aposta, todos iam saindo, menos Fabrício que queria conversar com Augusto. Entretanto, os seus amigos não deixaram. Então, ele pede que Augusto mande Rafael para pegar uma carta que ele lhe escreveria. Depois de um tempo de espera, Rafael volta com a carta.
Na carta, Fabrício dizia que, seguindo os conselhos de Augusto, encantou uma moça. Essa moça se apaixonou por ele, mas ela é muito intensa na paixão, ela faz com que ele passe pela sua casa várias vezes, que tenha demandar várias cartas, entre outras coisas. Fabrício diz que começou a falir por causa dessa paixão. E então, queria que Augusto a cortejasse, para que então ele pudesse se fazer de ciumento e acabasse com o amor. Depois de ler, Augusto ri um monte e diz “E esta...”.
v  Capítulo III – “Manhã de Sábado”
No dia anterior ao dia de Sant’Ana, Augusto chega à ilha de... No mesmo dia, eles fazem uma festa na casa de D. Ana (avó de Filipe). No baile, Augusto é apresentado a alguns dos presentes (destacando as moças, principalmente as primas e a irmã de Filipe). Uma senhora chamada Violante, “prende” Augusto e não o larga, pois fica falando um monte de coisas pra ele, até ele ficar entediado, mas por ele ser cavalheiro, não demonstra isso. Até que em um momento, D. Violante diz que sofre de alguns sintomas, e queria saber o que tinha. Ele então, para se ver livre dela, diz que ela tem hemorroidas. Dona Violante praticamente o expulsa de seu lugar, e então Carolina (a irmã de Filipe) vai brincar com Augusto, sobre a situação em que ele se encontrava.
v  Capítulo IV – “Falta de Condescendência”
Após esse acontecimento, Fabrício levou Augusto até o gabinete dos homens, e então perguntou a resposta da carta que ele mandara, Augusto falou que não iria ajudá-lo, pois não era certo brincar com o coração de uma jovem. Fabrício então declara guerra com Augusto. Fabrício disse que iria contar a todos, no jantar daquele dia, que Augusto era inconstante. Então, uma voz anunciou: - Vamos jantar.
v  Capítulo V – “Jantar Conversado”
Durante o jantar, Fabrício cumpre com o que disse e, durante a conversa, diz que Augusto é inconstante e que ama a todas. Augusto afirma ser inconstante, mas se defende, dizendo que, na verdade, é mais constante que qualquer outro, dizendo que ele é amante da beleza e acha injusto amar a beleza em uma moça e não amar a de outra moça. Depois da conversa, Leopoldo diz para brindarem e dizerem a inicial do nome da mulher que amam, então, disseram que Augusto não poderia participar, mas Carolina insiste para que ele brinde ao alfabeto inteiro. E assim foi. Depois do brinde Leopoldo pergunta a Augusto quem iria ganhar a aposta, Augusto afirma que seria ele e que já estava encantado com umas três moças. Leopoldo, então, pergunta o que ele achou da irmã de Filipe, e Augusto responde que, no começo, a achou feia, depois começou a gostar um pouco dela, até que naquele momento, poderia já até chamá-la de engraçada e bonitinha.
v  Capítulo VI - “Augusto e suas Ficantes”.
Poucos momentos depois do ocorrido, a sala de jantar ficou praticamente vazia, por lá só ficou o alemão Keblerc, que preferia a companhia das garrafas de um bom vinho à das moças que foram passear pelo jardim. Outro tanto dos rapazes, que de perto as acompanharam, assim como pais, maridos e irmãos, todos animados e cheios de prazer e harmonia, dispostos a acabar o dia e entrar pela noite com gosto. Com o passeio terminado, haverá mona, não só na sala do jantar, mas também no jardim; a diferença é que uma será mona de vinho e a outra de amor. Esta última pode ser mais perigosa. Pela nossa parte, confessamos que não há pinga que embebede mais rápido do que uma que se bebe nos olhos travessos de certas pessoas. Todos passeavam. Cada homem com uma mulher, e, divagando-se assim pelo jardim, o dicionário das flores era sempre lembrado. Havia meninas que, apenas algum lhe dizia, apontando para a flor:
- Acácia!
- Sonhei com você! - respondia.
 - Amor-perfeito!
- Existo só para você! Respondia novamente.
Um moço e uma moça, porém, andavam, como se costuma dizer, sozinhos; o garoto se aproximava dela várias vezes, mas, quanto mais perto ela o via, saltava, corria, voava como um beija-flor, como uma abelha... Eram eles Carolina e Augusto. Augusto passeava sozinho, contra sua vontade; Carolina, por assim o querer. Augusto viu, de repente, todos acompanhados. Tentou falar com duas meninas, mas fingiram não ouvi-lo, ou se desculparam. O “pegador” não lhes fazia conta, ou, antes, queriam, tornando-se difíceis, vê-lo querendo-as; porque, desde o programa de Augusto, cada uma delas entendeu lá consigo que seria grande glória para qualquer uma, poder prendê-lo com inquebráveis cadeias aquele capoeira do amor, e que o melhor meio de consegui-lo era fingir desprezá-lo e mostrar não fazer conta com ele. Exatamente tentavam derrotá-lo por meio dessa tática poderosa, com qual quase sempre as mulheres “triunfam”, isto é, pouco a pouco. Carolina, pelo contrário, havia rejeitado dez meninos. Queria passear sozinha. Um garoto era uma prisão e a engraçada Moreninha gosta, sobretudo, da liberdade. Ela quer correr, saltar e entender com as outras; agora adiante de todos, e daqui a pouco ser a última no passeio: viva, com seus olhos sempre brilhantes, ágil, com seu pezinho sempre pronto para a carreira; inocente para não se envergonhar de suas travessuras e criada com mimo demais para prestar atenção aos conselhos de seu irmão, ela está em toda a parte, vê, observa tudo e de tudo se aproveita para rir, em contínua hostilidade com todas aquelas que passeavam com moços, de cada vista dos olhos, de cada suspiro, de cada palavra. Deixemo-la correr e saltar, aparecer e desaparecer ao mesmo tempo; nem à nossa pena é dado o poder acompanhá-la, que ela é tão rápida como o pensamento. Finalmente, o pobre Augusto encontrou uma mulher que teve pena dele: dona Ana. Conversavam afastados de todos.
 - Tenho que confessar que me espantei ouvindo você defender com tanta insistência a inconstância no amor
.- Não sei por que o espanto!... É só uma opinião.
 - Um erro!... Ou, melhor ainda, um sistema perigoso e capaz de fazer muitos males.
- Isso também me espanta!
_ Não há nada exagerado aqui; peço que, por favo, por um instante, pense comigo: se o seu sistema é bom, deve ser seguido por todos; e se acontecesse assim, onde iríamos achar o sossego das famílias, a paz dos maridos, se faltasse a sua base.
 - A constância?...
Augusto ficou em silêncio e ela continuou:
- Eu acho que você pensa de maneira absolutamente diferente daquela a qual explicou Augusto.  Permita que eu te diga: no seu sistema, o que tem é muita velhacaria; finge não se curvar por muito tempo diante de beleza alguma, para plantar no amor-próprio das garotas o desejo de triunfar de sua inconstância.
- Não, dona Ana, o único partido que eu procuro e tenho conseguido tirar é o sossego que há algum tempo aproveito.
- Como?
- É uma história muito longa, mas que eu resumirei em poucas palavras. Eu realmente não sou como me que eu sou e quero ser inconstante com todas e me manter firme no amor de uma só
.- Então você já ama?
- Acredito que sim.
- A uma moça.
- Mas a quem?
- Sem dúvida, linda!...
- Acho que deve ser.
- Mas você não sabe?...
- Juro que não.
- O seu rosto?
- Não me lembro dele.
- Faz parte da elite?...
- Ignoro esse fato.
- Você a vê todos os dias?
- Não.
- Como se chama?...
- Não sei, mas também desejo saber.
- Que mistério!...
- Eu devo agradecer à bondade com que tenho sido tratado, satisfazendo a curiosidade que vejo no seu rosto; e, pois, a senhora vai ouvir o que nenhum dos meus amigos ouviu ainda, o que eu nunca os diria, porque eles provavelmente ririam da minha cara. Se desejar saber sobre o melhor momento da minha vida, entremos nesta gruta, onde podemos conversar com mais liberdade. Eles entraram. Era uma gruta pequena e cavada na base de um rochedo que dominava o mar. A entrada era uma abertura alta e larga, como qualquer porta simples. Ao lado direito havia um banco de relva, em que caberiam três pessoas; no fundo havia uma pequena bacia de pedra, onde caía, gota a gota, água limpa e fresca; preso por uma corrente à bacia de pedra estava um copo de prata, para servir a quem quisesse provar da água do rochedo. Foi este o lugar escolhido por Augusto para fazer suas revelações à digna hóspeda. O estudante, depois de certificar-se de que toda a “multidão” estava longe, sentou-se ao lado de dona Ana, no banco de relva, e começou a história dos seus amores.







v  Capítulo VII - “Os Dois Pacotinhos, Branco e Verde”.

Augusto contou sobre seus amores, mas entre eles havia um mais especial, que foi aos treze anos, quando conheceu uma linda garotinha de oito anos durante uma viagem com seus pais, com quem brincou muito na praia, quando um pobre menino pediu-lhes ajuda. Eles foram levados a uma cabana onde estava um velho à beira da morte, entre sua mulher e seus filhos, que estavam chorando. As crianças deram todo o dinheiro que possuíam à mulher do pobre velho, que agradeceu e pediu de cada um deles um objeto de valor. O menino entregou a ele um camafeu de ouro e a menina deu-lhe um botão de esmeralda. Os objetos foram envolvidos em fitas de cores verde e branca, transformando-os em pacotinhos. O camafeu ficou com a menina e a esmeralda com o menino. Depois de trocados os presentes, o velho os abençoou e disse que mais tarde eles se reconheceriam por causa dos presentes trocados, e se casariam. Depois que foram embora, a menina saiu correndo de encontro a seus pais sem ter revelado o seu nome, e a partir daquele momento nunca mais se viram.

v  Capítulo VIII – “Augusto Prosseguindo”.
Augusto ainda contou mais sobre seus amores. Depois do ocorrido aos treze anos, ele apenas queria ficar apaixonado esperando pela sua esposa “prometida”. Mas seu pai começou a se preocupar, então, ele resolveu que iria se apaixonar, mas os seus primeiros romances não deram certo, então ele resolveu que iria continuar amando apenas a sua “mulher” e namoraria outras moças enquanto esperava a sua amada. Terminando a história, Augusto se levantou para beber um copo de água da gruta.


v  Capítulo IX – “A Senhora Dona Ana com suas Histórias”.


Ao pegar o copo de prata, foi interrompido por Ana, que resolveu contar a história da gruta: a lenda de uma moça que se apaixonou por um índio, mas ele não a amava. De tanto ela chorar, deu origem a uma fonte, cuja água era encantada. Assim, quem bebesse daquela água teria o poder de adivinhar os sentimentos alheios e não sairia da ilha sem se apaixonar por alguém. Dona Ana explicou também que a moça cantava uma canção muito bela. De repente eles escutaram uma linda voz. Augusto perguntou a dona Ana de onde vinha aquela melodia, e ela explicou que era Carolina que estava cantando sobre a pedra de gruta. Augusto ficou encantado.



v  Capítulo X – “A Balada no Rochedo”.

Os dois saíram então da gruta e, adentrando no jardim para vencer a altura do rochedo, viram a linda Moreninha com seus cabelos negros divididos em duas tranças, cantando com sua afinada voz uma canção, mesma música cantada pela índia do conto de D. Ana. Essa canção falava sobre uma garota morena que tem um amor não correspondido.
I
v  Capítulo XI – “Travessura de Carolina”.

Carolina não parava um minuto, o movimento era sua vida, ela estava no jardim e, ao mesmo tempo, em toda parte da casa. O mesmo Augusto não podia resistir à felicidade da menina sapeca. Encontrando Leopoldo, conversaram um pouco sobre ela.
 - Então, o que acha agora?...
 - Disse Leopoldo, apontando para Irmã de Felipe.
 - Interessante, faz qualquer um esquecer os seus problemas e dar uma boa risada. Fabrício fica doido perto dela.
 - Só isso sobre ela?
- Eu a acho bonita.
- Nada mais?
- Ela tem uma voz muito agradável.
- É tudo o que pensa dela?...
- Tem a boca mais engraçada que você pode imaginar.
- Só?...
- Muito linda.
- Que mais?
- É rápida como uma mulher.
- Fala tudo de uma vez, logo.
- O que você quer que eu fale?
- Que você a ama! Que paga qualquer preço por ela.
- Não falta nada, eu a amo como amo as outras garotas.
- Pois, meu amigo, todos nós estamos derrotados: o diabinho nos tem no coração presos. Se fizermos o brinde com as letras da garota que amamos de novo, todos, menos Felipe falaria C..
.- Sério?
- Sério, mas ela não dá bola para a gente, finge que não ouve nossos cumprimentos. Todos eram vitimas da Carolina, mas Fabrício era o predileto, porque havia arranjado briga com ela.

v  Capítulo XII – “Meia Hora Embaixo da Cama”

Felipe como um bom amigo e hóspede foi ajudar Augusto, que estava se trocando, pois haviam derrubado café em sua roupa. Felipe chegou e disse para ele se trocar no quarto das moças por causa dos benefícios que as moças têm com os espelhos onde elas se olham e coisas tocadas por elas. Ao chegar, mal tinha tirado as roupas, Augusto percebe moças andando em sua direção. Para que elas não o vissem, ele se escondeu embaixo da cama. As moças pensando que estavam sozinhas começaram a conversar normalmente. As moças começaram a falar mal das outras moças e sobre rapazes e casamentos, e Augusto debaixo da cama, até que Carolina dá um grito de dor e as quatro moças saem do quarto para ver o que houve e Augusto se veste correndo e, também, vai ver o que aconteceu.
v  Capítulo XIII – “Os Quatro em Conferência”.

O grito era sim da Carolina, mas a dor não era dela, pois Paula, a empregada da família, estava bêbada e Carolina ficou horrorizada com aquilo, pois sua empregada não estava bem e ninguém desconfiava que ela estava bêbada, pois ela não era de fazer isso. Os estudantes, para que ninguém desconfiasse, resolveram fazer um exame falso e falar palavras difíceis que os outros não entendessem, mas eles sabiam que ela estava bêbada. Depois da conferência, Carolina escolheu Augusto para fazer um exame e dar o resultado sozinho.


v  Capítulo XIV – “Lavagem Sentimental”.
Todos já tinham esquecido o que tinha acontecido com Paula. Então, quando todos estavam brincando, Augusto estava triste, e dona Ana foi falar com ele e ver se estava gostando da brincadeira, então ele disse:
- Minha senhora, é claro que estou gostando.
- Não é o que seu rosto mostra.
- Não, eu estou me divertindo muito.
- Então, o que está faltando?
- A Carolina.
.- Então, vá buscá-la.
Quando ele foi buscá-la, ele a viu limpando os pés de Paula e, com isso, ele se propôs a terminar de fazer o serviço, depois de lavados os pés de Paula, ele se ofereceu para levar Carolina para a sala, ela não respondeu, mas pegou em seu braço.

v  Capítulo XV- “Um Dia em Quatro Palavras”.

Com a chegada de Carolina, a brincadeira ficou mais animada. Todos brincaram até ouvirem o
 “- Vamos dormir”.
Todos foram dormir menos Augusto, que deu um passeio noturno e só então foi dormir. No outro dia, quando brincavam, Augusto elogiou uma rosa que estava no cabelo de Joaquina, e esta então lhe deu a rosa como presente. Augusto então pediu pra deixar a rosa nos cabelos de Joaquina. Carolina provoca Joaquina e fala que vai pegar a rosa. Carolina consegue pegar a rosa, então, ela e Joaquina brigam pela flor e acabam estragando a rosa. As pessoas que estão em volta, formam um “júri” e consideram Carolina culpada e ela deveria dar um beijo ao dono da rosa. Como ele a perdoa pelo seu crime, ela então dá o beijo em Augusto. Assim que passaram a manhã, começaram a preparar a festa.

v  Capítulo XVI – “A Festa”
À noite aconteceu uma festa. Augusto dançou com Carolina. Depois da festa, no banheiro, Quinquina, Clementina, Joaninha e Gabriela estavam discutindo sobre o que aconteceu na festa, pois Augusto havia elogiado as três e falado que eram melhores em alguns aspectos. Elas resolveram que iriam desmascará-lo. As quatro bolaram um plano. Elas escreveriam uma carta a Augusto dizendo que era uma admiradora e que o estaria esperando no banco da gruta.

v  Capítulo XVII – “Foram Buscar Lã e Saíram Tosquiadas”

Augusto encontrou uma carta em seu casaco, esta carta era das quatro garotas, dizendo ser uma admiradora secreta. Depois de ler a primeira carta, ele encontrou uma segunda, que dizia que quem escreveu a primeira eram quatro garotas e que essas queriam humilhá-lo.
Augusto resolve ir à gruta, mesmo assim. Quando ele chegou à gruta, realmente tinham lá não uma garota, mas quatro. Augusto as cumprimenta e começa a contar uma história. Ele diz que quem tomar a água da fonte que tinha ali, poderia saber, através de uma fada que vive na fonte, os segredos dos outros. Então, Augusto fala no ouvido com uma de cada vez, e vai dizendo alguns segredos delas e que tinha provas. Sempre justificando o seu conhecimento através da fada imaginária. As quatro vão embora derrotadas por Augusto.
v  Capítulo XVIII – “Achou Quem o Tosquiasse”
Depois que todas saíram, apareceu por detrás de Augusto Carolina.
 Ela, então, aproveita-se da história da fada, e fala que acaba de descobrir algumas coisas sobre ele pela fada. Ela conta que sabe a verdade de sua inconstância, que se deve à sua história de quando tinha apenas 13 anos. Também conta que ele conseguira as provas dos segredos das quatro moças com certo esforço. Quando Augusto estava quase para se confessar para Carolina, ela dá um jeito e consegue escapar por uma fenda que estava atrás da gruta.
  Capítulo XIX - “Entrando nos Corações”.

Acabadas as festividades, todos voltam para suas casas.
Na casa de Augusto, ele e Leopoldo conversam. Augusto conta o que ocorreu na gruta, então ele e Leopoldo começam a discutir o que aconteceu, e Leopoldo começa a falar que Augusto se apaixonou por Carolina e Augusto, dizendo que realmente gostava dela, mas que em quinze dias trocaria de amor três vezes.
Na casa de D. Ana, Carolina andava desanimada, pois havia se apaixonado por Augusto, e estava com saudades e temor da inconstância dele. Filipe vai á casa de sua avó no sábado, e diz que no próximo dia Augusto irá visitá-los. Carolina, então, no fundo, fica feliz por isso.




  Capítulo XX – “Primeiro Domingo: Ele Marca”.

Augusto madrugou muito; quando o dia começou a raiar, ele já havia vencido meia viagem e seu desejo era ir acordar na ilha de..., por ser uma pessoa que tinha o mau costume de dormir até de tarde; Augusto persistia em ficar acordado mesmo estando com muito sono, com seus olhos lacrimejando, as pálpebras pesando, ele sentia-se vagaroso; então, este começou a pensar em como era a ilha de... E, em seus pensamentos começou a ver a casa, o rochedo onde o pássaro tamoio cantou seus amores e há oito dias, D. Carolina a sua canção; depois, aos poucos, foi lhe aparecendo um objeto branco na forma de mulher, que usava um vestido esvoaçado. Depois, ele desviou o olhar e ao retornar, a imagem havia desaparecido do rochedo. Então, o barco chegou à ilha de...; Augusto correu em direção a casa com saudades; todos já estavam acordados, D. Carolina estava vestida de branco.
- Obrigada, Sr. Augusto, disse a D. Ana, após cumprimentá-lo; agradeço a visita; nós passamos oito dias angustiados, até que Filipe disse que viria para trazer de volta a alegria; Carolina, por exemplo, desde ontem à noite voltou às suas travessuras.
- Minha avó, eu sempre fui assim; e se ontem me antecipei, foi porque chegou um amigo para brincar comigo.
- Não minta menina; você ficou desanimada e abatida toda esta semana; eram as saudades. Descobri pelos suspiros que você soltava, também acho que não há mal nenhum em confessar.
D. Carolina virou o rosto. Augusto arregalou os olhos e sentiu-se feliz pelo que aconteceu.
- O mesmo aconteceu conosco, disse Filipe, estivemos todos aborrecidos e para falar a verdade. Augusto foi o que mais gostou de nossa hospitalidade e companhia; ele foi o que mais sofreu saudades.
.- É verdade, Sr. Augusto? - perguntou D. Ana.
- D. Ana, o meu retorno serve como resposta.
D. Carolina lia um livro de música, porém prestava mais atenção na conversa de Augusto, sorrindo após as suas últimas palavras.
- Qual a razão das risadas, Carolina? – perguntou Filipe.
- Achei engraçada uma parte da música, pedacinho da cavatina do Fígaro, no Barbeiro de Sevilla.
Então ele viu no livro que Carolina havia mentido, porque o livro não continha o que ela havia citado. Duas horas depois foi servido o almoço. Porém, durante essas duas horas, que se passaram muito depressa, Augusto agradeceu a atenção da avó de Filipe, que dizia adorar o rapaz, e também sentir que ele era muito gentil. O mesmo reparou na beleza de D. Carolina, que estava mais atraente do que as outras vezes que a vira, seu olhar a deixava mais bela. Durante o almoço a conversa foi bastante variada; até que o lenço de D. Carolina se tornou assunto, e que, senão estivesse nas mãos desta, passaria desapercebido.
- Eu acho que este lenço está muito bem feito, disse Augusto.
- Eu não tenho muita certeza disto, olhe bem e verá que está um pouco mal costurado, respondeu a menina.
- Em minha opinião, está muito bom e que este X foi feito pela mão de uma menina travessa.
- Quer dizer que foi pela minha mão? Adivinhou.
- Tem um belo dom, D. Carolina.
- Que é muito comum.
- E nem por isso merece menos.
- Eu não entendi, sei bem pouco o que todo mundo sabe. Quem não sabe bordar?
- Eu.
- É porque não quer
.- É porque não posso; eu não consigo controlar uma agulha
......- Se você tiver paciência, conseguirá.
- Quem quer ver Carolina ensinar Augusto a bordar?
- disse Filipe.
- Você está brincando comigo?
- Não, a minha irmã pode mesmo te ensinar.
- Eu não, sou muito raivosa e quando ele arrebentasse a primeira linha, eu o xingaria bastante. Disse D. Carolina.
- Se isso é uma condição, eu aceito, D. Carolina; pode me ensinar com palmatória.
- Pense bem!...
- Eu posso até repetir.
- Pois bem; palmatória não, porque, o senhor poderia ficar muito ferido; mas eu poderia te dar um puxão de orelha quando achar necessário.
- Menina! Disse D. Ana.
-Mas, minha avó, eu não estou pedindo que ele venha aprender comigo
..- Porém, você pode ensinar sem bater.
- É o que pretendo fazer.
- Ele vai aproveitar muito.
- Também terá os meus elogios.
- E se, por acaso, errar alguma vez?
- Levará um puxão de orelha.
- Eu aceito as condições. - disse Augusto.
- Sendo assim, o senhor está matriculado na minha aula de bordar e daqui à uma hora principiaremos a nossa lição. -disse Carolina.
- Então, ele não vai passear comigo? – perguntou Filipe.
- Após a lição. - respondeu Carolina.
 Depois de se levantarem da mesa, todos foram descansar, Filipe desafiou Augusto para uma partida de cartas e foram para a varanda; Filipe derrotou Augusto três vezes seguidas; quando estavam no começo do quarto jogo, tocou uma campainha; os dois estudantes não deram atenção a isso e continuaram o jogo, que já estava no fim, porém, D. Carolina apareceu e, disse, com engraçada seriedade, a Augusto:
- O senhor não ouviu tocar a campainha?
- Era comigo?
- Sim, senhor, está na hora de começar as aulas daqueles delicados pezinhos; contato que fez mal; a menina estremeceu. Augusto olhou para ela admirado, os olhos de ambos se encontram e continham fogo. Um momento se passou; o sossego voltou.
- No posso mais! O senhor arrebentou a linha pela quinta vez; nenhum ponto presta; não há outro remédio.
...Dizendo isto, a bela mestra deu um tapa na orelhado aprendiz, que deu um grito. As mãos de ambos se encontraram, debateram, e nesse momento os dedos da bela mestra foram docemente apertados pela mão do aprendiz.
- Menina, tenha modos!...
 O Sr. Augusto não é criança, disse D. Ana, que tinha ido ver como estavam os dois. A aula durou até o meio-dia e mais de mil vezes se repetiu a mesma cena do encontro das mãos; D. Carolina não conseguiu puxar a orelha do estudante e o aprendiz não perdeu uma só ocasião de apertar os dedos da mestra. Augusto levou como tarefa para casa bordar no tecido um nome. O resto do dia se passou como se tinha passado para Augusto e D. Carolina. Eles não se chamaram mais por seus nomes próprios; o amor ensinou outros: “meu aprendiz”, e “minha bela mestra”. A madrugada seguinte foi triste, pois aconteceu a despedida do aprendiz e sua bela mestra, ambos meigamente se disseram:- Até domingo!


  Capítulo XXI – “Segundo Domingo: Brincando com Bonecas”

No domingo seguinte, Augusto, junto de Filipe foi á ilha de... ; porém desta vez ao chegar à ilha vê D. Carolina estava esperando por ele. Augusto e D. Carolina se cumprimentam e esta já pergunta sobre a tarefa dada a Augusto, este diz ter feito. Assim seguem os dois junto de Filipe para a casa. Onde almoçam e depois começam as aulas de Augusto.
- Vamos, meu aprendiz, o senhor se comprometeu a trazer um nome bordado por você; que nome marcou?
- Entendi que devia ser o nome da minha bela mestra. Ela não esperava outra resposta.
- Veremos a sua obra. Augusto deu para ela o tecido em que em cada extremo estava escrito o nome
Carolina
e no centro “Minha bela mestra”.
Tudo estava perfeito e nem D. Carolina poderia ter feito melhor. Augusto esperava que sua mestra adorasse a sua obra, porém, esta se zangou, porque achava que um homem nunca poderia bordar daquela forma.
- Foi uma mulher! Uma moça que bordou este tecido para o senhor vir zombar de mim, de minha credulidade, de tudo.
- Minha senhora.
- Vejam!... Já nem me quer chamar sua mestra!...agora só sabe dizer “minha senhora!”... D. Carolina tinha ficado com ciúmes, correndo para D. Ana disse:
- Minha avó, aqui está o tecido que ele me traz! Eu esperava um nome muito mal feito, algo que eu não entendesse o pano suado e feio, tudo mau, tudo péssimo; eu daria risadas com ele. Porém, ele foi ter aulas com outra mestra, que borda melhor que eu!...ele tem outra mestra!...- Que loucura é essa? Após perguntar o nome da moça que fez o bordado Augusto responde:
- Juro que não sei. Eu quis trazer um lenço bem bordado para mostrar que tive progressos e mandei uma senhora muito idosa fazer o bordado. D. Carolina duvidou um pouco, até tentou rasgar o lenço, sendo impedida por D. Ana que começava a desconfiar dos sentimentos dos dois. Sendo assim, a mestra desistiu de ensinar seu aprendiz e, dando uma desculpa esfarrapada, mudou de assunto, convencendo seu ex-aprendiz a brincar de bonecas com ela. A tarde na ilha se passou e Augusto e Carolina foram passear pela ilha onde encontraram com algumas pombas que se tornaram assunto de alguns instantes e que logo se tornou motivo de perguntas:
- Por acaso, já tem amado? – perguntou.
- Comecei a amar há poucos dias. E a senhora já amou também?
- Não sei... talvez.
- E a quem?
- Eu não perguntei a quem o senhor amava.
- Quer que diga?
- Eu não pergunto.
- Posso dizer?
- Não impeço
- É a senhora.
- Por quantos dias?
- Para sempre!...
 -E a senhora não me revela o nome feliz?
- Eu não... não posso...
- Mas por que não pode?
- Porque não devo.
- Um só nome que peço!
- É impossível... eu não posso!
- Serei eu?...A menina tremeu e não respondeu.
 Augusto perguntou novamente e ela respondeu com um talvez.


  Capítulo XXII – “Mau Tempo”.

Depois de outra semana, chegou o sábado, neste dia Augusto pediu permissão a seu pai para passar o domingo na ilha de... e obteve em resposta um não. Mesmo dizendo ter dado sua palavra para D. Carolina que ia para a ilha, o pai de Augusto achou certo trancar este em seu quarto como castigo. O menino, por sua vez não parou de pensar na Moreninha, tentou até escapar do quarto, mas falhou. Augusto passou a noite inteira acordado, não comeu nada o dia inteiro e o pai deste chamou o médico para fazer o diagnóstico, o médico lhe perguntou:
- O que sente?
- Eu amo.
- E mais nada?
- Senhor doutor, acha isso pouco?
Sem melhora, Augusto seguiu doente por alguns dias até que seu pai resolveu levar ele para a ilha de...; onde D. Carolina também padecia. Ela estava triste pelo fato de Augusto não aparecer, ela cantava várias estrofes de sua balada para se alegrar e conter as esperanças.




  Capítulo XXIII - “A Esmeralda e o Camafeu”.

D. Carolina tinha poucas esperanças e acreditava que Augusto não queria vê-la mais, porém não sabia que ele estava doente. No dia seguinte, ao amanhecer, amenina acordou, se arrumou e foi para o rochedo, e como D. Carolina havia previsto, seu amado chegou junto do pai. Algumas horas depois da chegada de Augusto, o pai deste e a D. Ana conversaram sobre os dois namorados. Quando eles se sentaram, o ancião falou:
- Augusto, eu acabo de obter a permissão para o pedido da mão de D. Carolina. Como Augusto não disse uma palavra, o pai deste pediu a mão de D. Carolina pelo filho; Carolina disse não saber e pediu meia hora para pensar e que na gruta daria a resposta. Quando os dois estavam na gruta Augusto pede a reposta:
- Pois bem, Sr. Augusto, não se lembra de que aqui mesmo lhe disse “que não longe estava o dia em que o Senhor havia de esquecer sua mulher”?
- Mas eu nunca fui casado...
- O senhor há de cumprir a palavra que deu há sete anos!
- Agora já é impossível! Para que, pois, animou o amor que pela senhora sinto?...
- Para satisfazer as minhas vaidades de moça. Eu o ouvi gabar-se de que nenhuma mulher seria capaz de conservá-lo em amor por mais de três dias, e desejei vingar o meu sexo. Trabalhei, fiz mais do que devia, só para ter a glória de perguntar-lhe uma vez:
-“Então, senhor, quem venceu: o homem ou a mulher?...”.
 -Junto ao leito de um moribundo jurou que havia de amá-la para sempre. Embora, foi um juramento; trocou com ela aí mesmo prendas de amor, e quando a menina lhe apresentar a que recebeu e lhe pedir a que lhe ofereceu e o senhor aceitou?... Por que deu o senhor o breve à menina?...Após ouvir essas palavras, Augusto prometeu sair daquela ilha e ir atrás da sua mulher para dizê-la que não poderia cumprir o que prometeu, pois não estava mais apaixonado por ela. Quando Augusto ia sair, Carolina se lembrou do pacotinho verde e o impediu de sair, pois acabava de se lembrar dos acontecimentos e, então, revelou que era ela a esposa de Augusto há sete anos.


  Epílogo

Chegaram Filipe, Fabrício e Leopoldo na gruta. Acontecia o planejamento do casamento de Augusto e Carolina.
- Muito bem! Muito bem, quem pôs o fogo ao pé da pólvora fui eu, que obriguei Augusto a vir passar o dia de Sant’Ana conosco. - disse Filipe
.- Então, está arrependido?
.- Não muito, apesar de perder minha irmã.
- Mas, meu maninho, ele perdeu ganhando...
- Como?...
- Estamos no dia 20 de agosto: um mês!
- É verdade! Um mês! exclamou Filipe.
 - Um mês!... gritaram Fabrício e Leopoldo.
- Eu não entendo isto! - disse a senhora D. Ana.
- Minha boa avó, acudiu a noiva, isto quer dizer que, finalmente, está presa a borboleta.
- Minha boa avó, exclamou Filipe, isto quer dizer que Augusto deve-me um romance.
- Já está pronto, respondeu o noivo.
- Como se intitula?
- A Moreninha.


1.    ANALISE DOS PERSONAGENS PRINCIPAIS:

O livro “A Moreninha” apresenta dois personagens principais em planos simples, construídos superficialmente, embora essa caracterização funcione de modo a destacá-los do grupo a que pertencem.
Eles são sempre compostos de modo a tornar viável o que mais interessa nesse tipo de romance: a ação. São eles: Augusto e D. Carolina, a Moreninha.

  Augusto:
 A figura de Augusto resume certo tipo de estudante alegre, jovial, inteligente e namorador. Dotado de sólidos princípios morais, fez no início da adolescência um juramento amoroso que retardará a concretização de seu amor por Carolina. Esse impedimento de ordem moral permitirá o desenvolvimento de várias ações até que, ao final da história, Carolina revelará ser ela mesma a menina a quem o jovem Augusto jurara amor eterno.

  D. Carolina:
É muito jovem e "moreninha" e também travessa, inteligente, astuta e persistente na obtenção de seus intentos. Carolina encarna a jovem índia Ahy, que espera incansavelmente por seu amado Aoitin – uma antiga história da ilha que D. Ana conta a Augusto. No final ela revela para Augusto que era a menina para quem lhe prometera casamento.

Os personagens secundários compõem o quadro social necessário para colocar a história em movimento ou propiciar informações de certos dados essenciais à trama e representam, por meio de alguns tipos característicos, a sociedade burguesa da capital do Império. São eles:

  Rafael:
 Escravo, criado de Augusto, espécie de pajem ou moleque de recados. É quem lhe prepara os chás e quem lhe atura o mau humor, levando castigos corporais (bolos) por quase nada.



  Tobias:
Escravo, criado de D. Joana, prima de Filipe. O negro tem dezesseis anos, é bem-apessoado, falante, muito vivo quanto à questão de dinheiro.

  Paula:
Ama-de-leite de Carolina; incentivada por Keblerc, bebeu vinho e ficou bêbada.

  D. Ana:
Avó de Filipe é uma senhora de espírito e alguma instrução. Tem sessenta anos, cheia de bondade. Seu coração é o templo da amizade cujo mais nobre altar é exclusivamente consagrado à querida neta, Carolina, irmã de Filipe.

  Filipe:
Irmão de Carolina, neto de D. Ana. Amigo de Augusto, Fabrício e Leopoldo. Também estudante de Medicina.

  D. Violante:
"D. Violante era horrivelmente horrenda, e com sessenta anos de idade apresentava um carão capaz de desmamar a mais emperrada criança." Meio estabanada, ela quebra a harmonia reinante no ambiente burguês, sem causar transtornos graves.

  Keblerc:
 Alemão que, diante das garrafas de vinho, prefere ficar com elas a tomar parte na festa que se desenrola na ilha. Embriaga-se, mas não perturba o clima de harmonia em que se desenvolve a história.

  Fabrício:
Amigo de Augusto, também estudante de Medicina. Está apaixonado por Joaninha, mas dela quer livrar-se por causa das exigências extravagantes da moça. Chega a pedir a ajuda de Augusto para livrar-se da namorada exigente.

  Leopoldo:
Amigo de Augusto, Filipe e Fabrício; também estudante de Medicina.

  D. Joaninha:
Prima de Filipe, namorada de Fabrício. Exigia que o estudante lhe escrevesse cartas de amor quatro vezes por semana; que passasse por defronte da casa dela quatro vezes por dia.

v  PERSONAGENS FEMININOS:

   Algumas das personagens femininas, amigas de Carolina apresentam-se faladeiras, fúteis e visivelmente interessadas em casamento, o que é bastante compreensível, visto que, naquele tempo, as mulheres que não se casava o quanto antes corriam o risco de ficarem solteironas. No grupo das senhoras encontramos algumas boas e respeitadas, algumas cuja companhia era agradável como a D. Ana e outras que se tornavam tediosas como D. Violante. Por fim, Carolina é a criação de um mito romântico brasileiro, é a tentativa de escrever a beleza feminina romântica e genuinamente brasileira. A busca de uma identidade nacional faz o escritor romântico ir de encontro a um ideal de beleza que não seja o europeu, uma vez que aqui no Brasil, clima e povo possuíam características diferentes do que era até então conhecidas. Quem vem quebrar toda essa linearidade e não menos de forma previsível é a Moreninha que aparece inovando e não pertence a nenhum ideal de beleza conhecido.



2.    TEMPO E ESPAÇO.

O tipo de ambiente predominante é físico. Foram encontradas algumas descrições interessantes, a que mais nos agradou foi: “A Ilha de (Que é considerada como sendo a Ilha de Paquetá no Rio de Janeiros), é tão pitoresca como pequena”. A casa da avó de Filipe ocupa exatamente o centro dela.
 A avenida por aonde iam os estudantes a divide em duas metades, das quais a que fica à esquerda de quem desembarca, está simetricamente coberta de belos arvoredos, estimáveis, ou pelo aspecto curioso que oferecem.
 A que fica à mão direita é mais notável ainda; fechada do lado do mar por uma longa fila de rochedos e no interior da ilha por negras grades de ferro está adornada de mil flores, sempre brilhantes e viçosas, graças à eterna primavera desta nossa boa Terra de Santa Cruz.”.
A sequência narrativa e a ação dos personagens se dão em tempo linear - trinta dias. Os eventos narrados desenrolam-se durante os trinta dias pelos quais a aposta era válida. A aposta foi feita em 20 de julho de 1844, uma segunda-feira, e termina no dia do pedido de casamento, 20 de agosto do mesmo ano.

Existe um recuo ao passado. Quando a história se inicia, Augusto está no quinto ano de Medicina e conquistara, entre os amigos, a fama de inconstante. Nos capítulos VII e VIII, o autor conta-nos a origem da instabilidade amorosa do herói. Tudo começara há oito anos, quando Augusto contava 13, e Carolina sete anos de idade.



3.    BIBLIOGRAFIA.
 Wikipédia, a enciclopédia livre.
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas. 3 ed. São Paulo, Atual editora, 2005, p.251-2.
YAMASAKI, Sergio (org.) A Moreninha – Joaquim Manuel de Macedo. São Paulo, Gold Editora, 2004.
MINISTÉRIO DA CULTURA
Fundação Biblioteca Nacional
Departamento Nacional do Livro

O AUTOR


PEDRA DA MORENINHA - ILHA DE PAQUETÁ RJ.


PRAIA DA MORENINHA - ILHA DE PAQUETÁ - RJ.












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